Selo Altamente Recomendável FNLIJ  (Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil)

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Um reconto de tradição oral  -  NA PRÓPRIA LÍNGUA DE OUTROS MUNDOS 

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             Campo da Dúvida, antigo nome da região do atual município de Fraiburgo (SC), é ambiente de uma fábula de tradição oral popular na região Sul, recontada pelo escritor Dennis Radünz com os regionalismos da variação linguística do português de expressão cabocla. No reconto infanto-juvenil “Foi no Campo da Dúvida” (Editora Nave), Ferdinando volta à terra natal Taquaruçu – o local exato onde irrompeu a Guerra do Contestado (1912-1916) – e reencontra no salão de baile a bela Eurídice (na referência ao mito de Orfeu). Eles dançam no “quebra-costelas”, se apaixonam, e, na noite de frio intenso, ele a empresta seu casaco... Mas, na manhã seguinte, o pai dela o leva à lápide de Eurídice, onde está o casaco dele. Ela é a moça-fantasma, uma "visagem". Conhecida em várias regiões do país, a narrativa é recriada em uma oralidade poética que procura evocar a língua inventiva de João Guimarães Rosa, reverenciando o linguajar caboclo do Oeste.

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          Com ilustrações da artista catarinense radicada em São Paulo Teresa Siewerdt (com sobreposição de tempos e espaços e uma citação a Van Gogh), o livro inclui breve glossário de termos regionalistas compilados pelo pesquisador Fernando Tokarski, de Canoinhas, os quais inspiraram Dennis, que é mestre em literatura pela UFSC, nessa recriação que revisita a “teoria de variação linguística” (vide Sociolinguística Variacionista de William Labov). Para o escritor catarinense, esse reconto é “uma evocação afetiva do imaginário dos povos da região da Guerra do Contestado, descendentes de negros e índios, invisíveis na história branca regional, de ascendência europeia”. Segundo ele, “busco palavras locais para expressar um mundo íntimo e de enunciação universal”.  

   

        “Foi no Campo da Dúvida” foi lançado em 20 de julho de 2022 em uma palestra / debate na Biblioteca Municipal de Fraiburgo e Dennis Radünz ministrou a Oficina de Reconto e Memória Literária (12 horas/aula) a professores da rede pública de ensino. Exemplares do livro-reconto foram doados às bibliotecas públicas de Água Doce, Arroio Trinta, Caçador, Calmon, Capinzal, Catanduvas, Erval Velho, Fraiburgo, Herval d’Oeste, Ibiam, Ibicaré, Iomerê, Jaborá, Joaçaba, Lacerdópolis, Lebon Régis, Luzerna, Macieira, Matos Costa, Ouro, Pinheiro Preto, Rio das Antas, Salto Veloso, Tangará, Treze Tílias, Vargem Bonita e Videira. O projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – edição 2021, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina por meio da Fundação Catarinense de Cultura (FCC). 

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